Banhada pelas águas do Rio Amazonas e acessada apenas por barco, a comunidade da Ilha das Cinzas, no arquipélago do Marajó (PA), conta a partir de maio com uma iniciativa pioneira de geração de energia elétrica sustentável. Uma parceria entre Natura, WEG e a Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (ATAIC) inaugura uma agroindústria operada com sistema fotovoltaico e armazenamento de energia em baterias, reduzindo significativamente a dependência de geradores a diesel e beneficiando diretamente 470 famílias agroextrativistas. Além de mais sustentável, a operação permite que a Associação passe a vender óleos e manteigas ao invés de sementes e amêndoas, agregando valor à comunidade e ampliando a renda em cerca de 60%. Esta é a primeira vez que um sistema desse tipo será utilizado em uma agroindústria em área de várzea na região amazônica, periodicamente alagada pelos rios.
Angela Pinhati, Diretora de Sustentabilidade da Natura ressalta que a iniciativa dialoga diretamente com os compromissos ambientais da empresa e com a trajetória de atuação na Amazônia há 25 anos. A iniciativa é também uma demonstração prática do potencial da bioeconomia como estratégia para enfrentar as mudanças climáticas, alinhando-se às discussões previstas para a COP30, que acontecerá em Belém, no Pará.
"A inauguração da agroindústria operada com energia solar concretiza nossa estratégia de impulsionar negócios, de menor impacto ambiental, alinhados às metas de zerar emissões líquidas de carbono até 2030 e de transformar toda a operação da Natura em regenerativa até 2050. É também uma maneira de fortalecer nosso plano de industrialização sustentável na Amazônia e reconhecer o protagonismo das comunidades tradicionais na conservação da floresta em pé", afirma Angela.
A tecnologia empregada consiste em um sistema fotovoltaico off grid, que utiliza painéis solares instalados na unidade produtiva para gerar energia. O excedente dessa produção será armazenado em baterias (BESS – Battery Energy Storage System), garantindo eletricidade mesmo à noite ou em dias de menor incidência solar. O sistema BESS permite o armazenamento e o uso contínuo da eletricidade gerada, reduzindo significativamente a necessidade do gerador a diesel, que passa a ser utilizado apenas como alternativa emergencial.
"A implementação deste sistema fotovoltaico na Ilha das Cinzas reafirma o nosso compromisso com a sustentabilidade. Com esta iniciativa, a WEG demonstra na prática como suas soluções contribuem para a transição energética, oferecendo um modelo replicável para outras regiões da Amazônia e comunidades isoladas. Além disso, gerar valor agregado e promover o desenvolvimento da comunidade local tornam esse trabalho ainda mais especial para nós", destaca Daniel Marteleto Godinho, Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da WEG.
Parceria inédita
A parceria inédita entre Natura e WEG reforça a importância de grandes companhias brasileiras trabalharem juntas para a promoção de negócios que fortalecem a sociobioeconomia do País. A Natura apoiou institucionalmente a estruturação da agroindústria, atuando na articulação entre parceiros e oferecendo suporte técnico e operacional. Por sua vez, a WEG forneceu o sistema fotovoltaico com armazenamento de energia, enquanto a instalação da infraestrutura foi realizada em conjunto com seu parceiro, a W-Energy, responsável pela execução técnica e operacional.
A capacitação técnica para moradores operarem o sistema foi conduzida por equipes da Natura e WEG, proporcionando autonomia da agroindústria e promovendo a sucessão geracional com o engajamento dos jovens na atividade agroextrativista.
Para a ATAIC, que há nove anos mantém parceria com a Natura fornecendo insumos como murumuru, ucuuba e patauá, a instalação do sistema reforça uma trajetória marcada pela adoção de tecnologias sustentáveis que a associação já vem tendo em áreas essenciais como tratamento de água, gestão de resíduos e geração de biometano. Com isso, a associação avança significativamente na infraestrutura local, possibilitando maior agregação de valor aos produtos da sociobiodiversidade. “O complexo funciona como um laboratório de tecnologias sociais. Além disso, contribui diretamente para o empoderamento das mulheres da comunidade, ampliando sua participação nas atividades produtivas e na geração de renda local. Com essa iniciativa, a ATAIC reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, o fortalecimento das comunidades tradicionais e a manutenção da floresta em pé”, afirma Francisco Malheiros, Presidente da ATAIC.
A expectativa é que, com a nova estrutura energética, a ATAIC consiga aumentar a produtividade de forma sustentável, oferecendo melhores condições econômicas e sociais às famílias locais, e servindo de modelo para outras iniciativas semelhantes na Amazônia e em outras regiões do Brasil.
Sobre a Natura
Fundada em 1969, a Natura é uma multinacional brasileira de higiene e cosmética. Conta com 3,5 milhões de Consultoras na América Latina, sendo líder no setor de venda direta no Brasil. Foi a primeira companhia de capital aberto a receber a certificação de empresa B no mundo, em dezembro de 2014, o que reforça sua atuação transparente e sustentável nos aspectos social, ambiental e econômico. É também a primeira empresa brasileira a conquistar o selo "The Leaping Bunny", concedido pela organização de proteção animal Cruelty Free International, em 2018, que atesta o compromisso da empresa com a não realização de testes em animais de seus produtos ou ingredientes. Com operações na Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México, Peru e Malásia, os produtos da marca Natura podem ser adquiridos com as Consultoras, por meio do e-commerce, app Natura, nas lojas próprias ou nas franquias "Aqui tem Natura". Para mais informações, visite www.natura.com.br ou acesse os perfis da empresa nas redes sociais: LinkedIn, Facebook e Instagram.
Sobre a ATAIC
A Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas - ATAIC é uma organização comunitária localizada na Ilha das Cinzas, área rural do município de Gurupá, região do Marajó, Pará. Seus negócios são de base comunitária, o que demonstra a possibilidade de replicação do modelo na Amazônia e contribuem para o desenvolvimento da nova economia da floresta viva. Ao longo dos seus 25 anos, a associação se fortaleceu na gestão organizacional, equidade de gênero e na estruturação das cadeias produtivas da sociobiodiversidade ao fornecer sementes oleaginosas da Amazônia, como patauá, murumuru e ucuuba.